O silêncio que carrego
Eu queria não me culpar tanto, não carregar nos ombros o peso de um passado que nunca me pertenceu por inteiro. Queria que minha família soubesse, que vissem o quanto me esforço para ser um nome que cause orgulho, e não apenas um eco de expectativas. Desejo ser alguém que valha a pena, alguém cuja presença seja um lar, não apenas um abrigo temporário para aqueles que passam e partem. Nos dias em que desapareço, anseio por mãos que me puxem de volta, por um olhar que me diga: "você ainda cabe aqui". Nas noites silenciosas, não sei se temo mais ser vista ou esquecida. Os fantasmas que carrego nunca me deram respostas, apenas ficaram calados, assombrando o que sobrou de mim. Espero que as partes que escondi não sintam que as abandonei, porque, às vezes, eu mesma não sei onde fui parar. E quando o mundo é silenciado, eu questiono se alguém percebe o quanto aprendi a suportar sozinha. No silêncio que mantenho, há presas nos lábios, há cicatrizes disfarçadas de calmaria. E nos dia...